Estudos técnicos e jurídicos apontaram inviabilidade na aplicação do programa. Município estuda alternativas para promover políticas habitacionais
Foto: Divulgação/ Prefeitura de Caucaia
A Câmara Municipal de Caucaia aprovou, nesta quinta-feira (13/11), mensagem pedindo a revogação da Lei nº 3.745, de 2024, que instituiu o programa Bora Habitar. A Mensagem foi enviada pelo Município, após uma série de análises técnicas e jurídicas realizadas pela Secretaria Municipal do Planejamento Urbano e Ambiental (Seplam), que identificou irregularidades e obstáculos que inviabilizam a continuidade do programa em sua forma atual.
Desde o início do ano, o Município vem avaliando a documentação referente à lei, em diálogo constante com o Ministério Público do Estado do Ceará e o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os estudos apontaram que a maioria dos lotes incluídos no programa apresenta problemas estruturais, como localização em áreas alagadas, falta de acesso ou impossibilidade de habitação.
A situação foi confirmada pelos engenheiros concursados da Seplam, que elaboraram laudos técnicos detalhando as inviabilidades. Além disso, o Ofício de Registro de Imóveis (Cartório) informou não ser possível registrar os terrenos em nome dos beneficiários, uma vez que não há escritura pública, o que torna nulos os termos de doação emitidos em 2024 pela antiga gestão.
De acordo com a secretária municipal do Planejamento Urbano e Ambiental, Luciana Marinho, o município vem atuando com responsabilidade e compromisso social diante do caso. Desde o início do ano, a secretaria vem mantendo o diálogo com as famílias para esclarecer o andamento das atividades, com zelo e transparência.
"Nosso papel é garantir segurança jurídica e dignidade às famílias. Realizamos estudos, visitamos os terrenos, verificamos toda a documentação, mas identificamos obstáculos técnicos e jurídicos. Por isso, estamos estudando alternativas, novas políticas habitacionais, dentro da legalidade", afirmou.
Ela reforçou ainda que o compromisso da atual gestão é atuar para promover políticas habitacionais de regularização fundiária e inscrições no programa Minha Casa, Minha Vida, dentro dos parâmetros legais.